Gestão de Suprimento de Peças de Reposição - Parte I
Pessoal técnico capacitado,
ferramentas necessárias disponíveis. Toda a logística pronta para a intervenção
da manutenção e ... onde estão as peças necessárias? O que seria uma intervenção
de minutos, agora vai ter que aguardar a aquisição das peças e enquanto isso
... equipamento parado, prejuízo, reclamação de clientes ...
A gestão do estoque de peças de
reposição para a manutenção de equipamentos industriais é essencial para o
desempenho da manutenção, e envolve uma série de atividades, principalmente:
1 - Estoque inicial
2 - Previsão da demanda
3 - Planejamento orçamentário
4 - Desenvolvimento de fornecedores
5 - Controle do estoque
6 - Aquisição
7 - Recebimento
Neste post vamos discutir brevemente os primeiros 4 itens.
1 - Estoque inicial
Na aquisição de um equipamento é
preciso decidir sobre a compra de peças de reposição junto com o equipamento,
principalmente as de maior utilização. Aqui surge o primeiro desafio: se o
equipamento não é similar há outros já em uso na empresa, como definir quais
peças adquirir junto com o equipamento? Aqui praticamente não há outra
alternativa além de confiar na lista de peças sugerida pelo fornecedor do equipamento.
O estoque inicial de peças será
mais crítico se o equipamento for importado com restrição de comércio de peças
no local de instalação. Este é portanto um fator importante de ser considerado
na escolha do fornecedor de equipamentos. Me recordo de uma situação na qual,
ainda como técnico, eu era responsável pela manutenção de osciloscópios (equipamento
de medição usado em eletrônica) fabricados na Hungria, com várias peças
indisponíveis no mercado nacional.
2 - Previsão da demanda
Prever a demanda de itens
necessários para a manutenção implica em determinada quando e quanto será
necessário. Ao receber um novo equipamento, para o qual ainda não há histórico
de utilização de peças na manutenção preventiva ou corretiva, a previsão da demanda
é difícil. Mesmo assim, é possível basear a previsão da demanda de grande parte
dos itens que compõem o equipamento de acordo com a informação de vida útil,
obtida do fabricante do item. Equipamentos elétricos tem vida útil em horas ou
em ciclos de utilização. Peças mecânicas também tem a vida útil estimada em
horas de operação, podendo ter diferentes faixas de acordo com o tipo de
utilização (rotação e temperatura ambiente por exemplo).
É recomendado utilizar diferentes
métodos de previsão de demanda de acordo com o tipo de utilização do item. Itens
com demanda constante, por exemplo filtros que são substituídos de acordo com o
tempo de operação, e itens de alta confiabilidade e duração como componentes
eletrônicos tem comportamento da demanda muito diferente, incluindo a
distribuição estatística utilizada na previsão.
Também é importante destacar que
a previsão da demanda não é algo estático, definido inicialmente e não mais
alterado. É fundamental incluir variáveis que permitam a atualização de acordo
com a experiência de uso do equipamento, e até mesmo dados das verificação da manutenção
preventiva e preditiva.
3 - Planejamento orçamentário
Para refletir:
- Qual o índice atual de paralisações por falta de peças?
- A forma de controle de estoque atual é adequada para suas necessidades?
- Na aquisição de equipamentos, a disponibilidade de peças de reposição é uma variável utilizada na decisão?
No próximo post vamos falar sobre desenvolvimento de fornecedores, controle do estoque, aquisição e recebimento.
Até mais,
Paulo Manoel Dias
engpaulodias@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário